Quem disse essas palavras, passou
por uma grande aflição e essa aflição resultou em sua morte. E não foi uma
morte qualquer, foi uma morte sofrida e muito dolorida, demorada. Essas
palavras foram para aqueles que o afligiam.
Quem disse isso?
Nesse caso meus irmãos, não foi
Jesus Cristo quem disse essas palavras (Lucas 23:34) e sim Estevão quando
brutalmente era apedrejado diante do Sinédrio (Atos 7:54-59-NVI), e olha que os
que compunham o sinédrio eram os principais líderes do povo judeu, teoricamente
os mais preparados, formados nas Leis de Moisés.
Estevão morreu em nome de Cristo,
morreu por pregar as boas novas.
Mas presenciando esses fatos
estava um jovem judeu de nome Saulo. Saulo segurava as túnicas dos eruditos
membros do Sinédrio para que os mesmos fizessem o seu trabalho com liberdade e
leveza, pois aquelas capas poderiam atrapalhar a lançar aquelas pedras. Saulo
consentia com tudo aquilo (Atos 8:1).
Saulo, depois Paulo, teve um dos
mais ativos e eficientes ministérios da Bíblia. Alcançou muitas vidas para o
Senhor, inclusive eu e você (creio que você também foi alcançado). Mas o começo
dele não foi muito promissor, pelo contrário, arrastava os cristãos pelos
cabelos e os levava cativos às prisões (Atos 8:3). Ele não era nada amistoso
conosco.
Mas Saulo teve um encontro
poderoso com aquele a quem perseguia. Jesus veio ao seu encontro. Ele não
procurava a Jesus, pois não cria na sua existência, mas mesmo assim Jesus veio
ao seu encontro (Atos 9:4-6).
Mas esse encontro teve um efeito
poderoso. Saulo, por três dias, esteve cego. Não enxergava nada ao seu redor.
Restou somente ouvir a voz daquele que até pouco não cria, até pouco perseguia.
E Jesus lhe passou instruções – “Levante-se” – disse Jesus – “entre na cidade;
alguém lhe dirá o que deve fazer” (Atos 9:6-NVI). Nesse pouco tempo em que
esteve cego, Paulo não comeu, nem bebeu. Apenas obedeceu e orou. Penso que não
passou outro pensamento em sua mente que não fosse aquela experiência que teve
com o Senhor. Durante três dias, não havia nada para lhe tirar a atenção. Nem
mesmo a fome e a sede o impediu de pensar em Cristo. Esse tempo lhe serviu de
“reclusão” de “introspecção” (reflexão que a pessoa faz sobre o que ocorre no
seu íntimo, sobre suas experiências, observação e descrição do conteúdo [pensamentos,
sentimentos] da própria mente – Dicionário Houaiss). Ele, Paulo, esteve naquele
período cativo, mas a Cristo.
Ananias, compelido pelo Espírito,
foi até Paulo para lhe mostrar o quanto deveria sofrer pelo nome de Cristo
(Atos 9:16). E o servo do Senhor orou por Paulo, que voltou a enxergar e se
encheu do Espírito Santo (v. 17-19).
Paulo permaneceu por ali, com os
discípulos, e foi instruído ainda mais nas boas novas.
Saibam meus irmãos, que Paulo era
totalmente instruído nas Escrituras. Conhecia cada letra, cada palavra, cada
profecia. Por isso, não precisava de muito tempo para apreender, ele já sabia.
Só precisava adequar a Lei à Graça. Só isso!
Mas apesar de ter perseguido
àqueles que estavam no Caminho (Atos 9:2), Paulo teve uma carreira muito ativa
na palavra e convenceu a muitos, através do Espírito Santo, quem era o
Salvador. Convenceu a quem deveríamos entregar as nossas vidas!
O começo de Saulo (Paulo) não foi
dos melhores, ele estava perdido em suas convicções e achincalhava a todos que
não se amoldavam aos pensamentos dele, ao pensamento religioso da época.
Mas o Senhor não se importou com
isso. Antes o escolheu para que eu e você fossemos alcançados pela palavra de
vida. Deu a oportunidade a Paulo de parar, por três dias, e meditar naquilo que
ele havia vivido, na experiência que ele tinha tido. Foi o suficiente para o
convencer de que Cristo era o caminho que tinha que percorrer. Era o combate
que compensava combater. Durante aquela nova vida que se iniciou com aquele
encontro, Paulo se dedicou a pregar a palavra do Senhor e no final pode
declarar “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” (2 Timóteo
4:7).
Essa declaração, meus irmãos, não
foi reservada somente a Paulo. A coroa não é somente para ele. Todos nós que um
dia nos encontramos com o Senhor, e O amamos, podemos alcançar essa excelente
carreira (v. 8).
Talvez o seu começo não foi muito
promissor. Talvez você perseguiu, achincalhou, se esbaldou nesse mundo mau que
só quer te destruir. Mas não há com o que se preocupar, Jesus está te esperando
para que você tenha um momento com Ele. Não é necessário mais do que “três
dias”. Basta parar e meditar, parar e orar. É certo que no final do terceiro
dia, assim como Ele, que ressuscitou, você experimentará uma nova vida. Não
será mais Saulo, e sim Paulo, não mais trevas, e sim luz. E no final, assim
como ele, você poderá dizer: combati o bom combate, terminei a corrida, guardei
a fé.
Não importa como a sua história
começou. Não importa se você veio e desviou. Não importa se a Cristo nunca
aceitou. Não é como as coisas começam que importa, mas sim como elas terminam. É
onde o seu caminho irá te levar. No final, tenho certeza, você e eu poderemos
declarar que guardamos a nossa fé, que combatemos o bom combate ao final da
nossa carreira.
Mas antes que isso aconteça, há
muito trabalho a fazer, há muitas vidas como eu e você que também precisam ter
esse encontro com Jesus. É através das nossas experiências pessoais com Ele,
que atrairemos, ou melhor, que conduziremos mais e mais pessoas para a revelação
da verdade que liberta, que constrange com seu amor envolvente, e nos molda à
sua imagem e semelhança à medida que caminhamos passo a passo com Ele. Ao nos
despirmos da nossa religiosidade, damos lugar ao Espírito Santo que traz cura
para a nossa alma e refrigério para as nossas vidas.
Assim, nos tornamos plenos, ou
seja, vazios de nós mesmos, mas cheios da virtude Daquele que é poderoso para
mudar a nossa história e nos transformar em verdadeiros vasos de honra. Vasos,
que mesmo cientes da sua fragilidade, sabem que contém dentro de si a glória do
Pai, não para que nós sejamos reconhecidos, mas com a finalidade de fazer com
que Ele seja visto através das suas obras em nós.
Devemos somente crer e então dizer ao Senhor: “Pai,
eis-me aqui, o meu começo não foi bom, as coisas que fazia eram conforme os desejos
do meu coração, uma mera religião, mas o meu final eu quero diferente, pois eu
sei que se te amar verdadeiramente, a minha coroa estará logo a minha frente.”
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