sábado, 8 de agosto de 2015

Richard Parker – A aventura de um pequeno Poodle



Calma querido leitor, não farei nenhuma crítica cinematográfica do filme “As Aventuras de Pi”. Mas é apenas um paralelo de uma pequeno caso que aconteceu comigo hoje.

Mas antes, caso não saiba do que se trata o filme, vai aí uma pequena sinopse:

Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-54343/)

Em determinado momento, ficam no bote somente o Tigre, chamado Richard Parker e o personagem principal do filme, Pi Patel (ou seria o tigre o personagem principal!?), que convive entre o medo do felino e o seu próprio instinto de sobrevivência.

Devido as aventuras proporcionadas por essa experiência, o filme retrata uma certa amizade entre os dois personagens, que tinham que dividir a pouca água que conseguiam e os poucos peixes que pescavam.

Depois de muito sofrerem, conseguem chegar em terra seca, onde o Tigre, magro de doer, vislumbra uma pequena mata ali mesmo na praia e vai, sem ao menos olhar para trás, deixando o Sr. Patel desolado, uma vez que o tigre não demonstrou nenhum sentimento de gratidão para com ele.

Hoje pela manhã, preparando para sair, olhei pela janela e vi um pequeno poodle se sacudindo todo. Fiquei curioso com aquele fato e fiquei observando. Confesso que pensei que ele havia pego um rato ou uma cobra, que, se fosse verdade, lhe seria pouco a alcunha de herói.

Mas olhando com um pouco mais de atenção, percebi que na verdade aquele pequeno cão estava era lutando contra um pedaço de arame farpado que havia se enroscado em seu pêlo. Acredito que tenha prendido em algum lugar de seu corpo e naquele afã de tentar se soltar ele foi se enroscando cada vez mais. Ele estava preso pela orelha, pelas patas, no focinho, no dorso, na barriga, enfim, sozinho não lhe seria possível sair daquela situação.

Saí de casa e parei o carro do lado dele, e comecei a soltá-lo. Deu um trabalhão! Não sei nem explicar como ele conseguiu se enroscar daquele jeito, de tão embolado ele estava. Como essa raça é bem peluda, sendo por isso uma das raças preferidas para serem criadas dentro de casa. Tive que arrebentar o pelinho dele para soltá-lo. Tive medo dele me morder, afinal isso seria instintivo. Sobrevivência!

Ele parecia bem exausto!

Consegui soltá-lo e esperei que ele olhasse para mim e começasse a abanar o rabo de alegria, come se agradecesse pela minha grande obra, afinal, havia literalmente salvado a vida dele.

Ao contrário do que pensei, a exemplo do tigre Richard Parker, do filme “As aventuras de Pi”, que, mesmo após ter tido a vida salva pelo Sr. Patel, foi embora sem olhar para trás, o pequeno poodle saiu, cambaleando, fraco, e nem olhou para trás.

Ironicamente disse a ele – De nada!

Isso me fez refletir! Quantas e quantas vezes fazemos o bem há alguém e não temos a gratidão que esperamos?

Tal fato chega a nos ferir intimamente e por vezes até nos arrependemos de ter feito aquilo.

- Mal agradecido! – esse é a primeira expressão que nos vem à cabeça!

A palavra de Deus tem algo a nos dizer sobre isso:

- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. (Mateus 6:2-4 – NTLH)

Já até escrevi sobre isso antes (Aplausos), mas essa ocorrência me deu um pouco mais de experiência nesse assunto.

É que mesmo conhecendo a palavra e sabendo de tudo isso, insistimos em escalonar quando o que fazemos merece ou não um agradecimento mais profundo. Tudo com base no tamanho da obra.

Se alguém só tropeça e cai (e aqui digo isso no sentido literal), um obrigado é suficiente. Se não tiver o agradecimento, nos chateia, mas no máximo por cinco minutos!

Mas experimente salvar a vida de alguém, por exemplo. Certeza, quase absoluta, que iríamos querer toda pompa e circunstância que achássemos sermos merecedores.

O que têm que ficar claro em nossos corações é que a partir do momento em que permitimos Cristo entrar em nossas vidas, tudo o que eu, você e qualquer um faz é para honra e glória Dele.

Devemos fazer o bem não para que os homens vejam, sim para Aquele que vê em secreto veja. Pare de pensar em recompensas, benefícios. Façam alegre o coração do Senhor e o que colheremos será magnífico.

Não importa se o tigre ou o cãozinho, agora ambos chamados Richard Parker (o último batizado por mim mesmo), não olharam para trás. Olhe você para o alto e saiba que fazendo por uma pequena criatura criada e amada por Ele, você estará alegrando o coração do Senhor. Não importa o tamanho do seu feito, se levantou alguém de um tropeço ou deixou alguém entrar na sua frente na fila, ou se tirou alguém do mundo das drogas ou salvou a vida dele. O que importa é o que o Senhor pensa ao seu respeito e não o que os outros pensam.

Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém. (1 Timóteo 1:17 - NVI)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Ele vem com uma galera!



Essa história é quase real e quase fictícia!

Certa vez, soube de uma pessoa, que se chamava Daniel, que não passava por bons momentos. Descobrira uma doença grave e estava preso em uma cama de hospital.

Então, compelido por um sentimento de compaixão, fui ter com ele.

O nosso diálogo foi mais ou menos assim:

- Bom dia! – disse eu a ele, mas não tive nenhuma resposta, como se eu também carregasse alguma culpa ou como se a minha presença, ou de qualquer um, incomodasse.
- Como está se sentindo hoje – continuei – fiquei sabendo que os dias não tem sido fáceis para você. Se te consola, não tem sido fácil pra ninguém!

Nesse momento, consegui a atenção dele, mas não do jeito que queria. Com cara fechada, ele olhou para mim e respondeu:

- Não, não consola!

Nesse momento, fiquei aflito, pois queria era ajudar, não trazer mais peso sobre a vida dele.

- Desculpe – respondi – realmente não devemos comparar as suas tribulações com as tribulações dos outros, afinal, cada um carrega a sua própria cruz!
- Cruz!? – respondeu Daniel – Não vem me dizer que veio aqui “pregar” pra mim, vai perder seu tempo! Se Deus existisse, isso não teria acontecido!
- Pregar? Claro que não, só queria ser solidário e saber se poderia lhe ajudar de alguma maneira – durante a minha resposta, meus pensamentos já me afligiam, pois gostaria, muito, de trazer paz para aquele rapaz.

Daniel, ainda transparecendo raiva no olhar e na voz, continuou:

- Aliás, nem sei que você está fazendo aqui, eu não te conheço e nem você me conhece, portanto, gostaria de ficar sozinho. Até já me acostumei, tinha vários amigos, mas nenhum está aqui hoje. Então, esse é o meu carma, morrer sozinho, sem ninguém.

Pareceu o início de um desabafo, mas acabou por ali, não consegui mais nenhuma palavra dele e não consegui dizer mais nada, pois percebi que o coração dele estava duro como pedra e não adiantaria exercitar toda a minha argumentação, pois isso só traria mais dor e sofrimento para ele e não o faria mais feliz, que era o meu objetivo.

Com sentimento de derrota, saí daquele quarto e fui embora. Não deixei de questionar, pois achei, juro que achei, que o coração daquele homem poderia estar mais preparado para receber a palavra de carinho e de apoio, afinal, muitas pessoas são que se permitem mais nessas condições, de dor e de sofrimento, pois estão mais suscetíveis a uma palavra amiga.

Eu desisti, mas tem gente que não desiste!
                
Alguns dias depois, mais uma vez me veio o sentimento de visitar mais uma vez aquele rapaz. Confesso que estava com o coração desanimado, pois ele não era somente um coração duro, mas também “cabeça dura”. Mas temos que ser persistentes, como algumas pessoas por aí! (já, já, você vai entender).

Chegando no hospital, fui até a recepção e pedi para visitar o paciente de nome Daniel, Ala tal, quarto tal, etc., etc.

- Bem!? – interpelou a recepcionista – ele não está mais nesse quarto...
- Recebeu alta – apressado respondi.
- Não – respondeu ela – foi transferido para uma unidade de tratamento intensivo, o quadro clínico dele piorou e os médicos acharam melhor transferi-lo.

Com autorização, fui em busca de informações a respeito do Daniel e, conversando com o Médico, percebi que ele não tinha muito tempo de vida.

- Posso conversar com ele – perguntei ao médico.
- Você é parente? – me perguntou.
- Não – respondi – isso interfere em alguma coisa?
- É que a presença de pessoas queridas muitas vezes auxiliam na recuperação de pacientes e o Sr. Daniel só recebeu a visita de uma pessoa até hoje, um tal de...

Nesse momento escutei o meu nome. Aquilo soou como um grande peso em minhas costas, pois realmente não conhecia o Daniel e ter sido o único a visita-lo me fazia pensar se não era demais para mim, pois sou como qualquer pessoa, tenho problemas e circunstâncias como qualquer um.

- Nossa! – respondi ao médico – não imaginava isso! Mas pode deixar, trouxe uma turma que conhece ele para visitá-lo. – disse isso sem planejar, saiu como se não tivesse sido eu.
- Devo lembrar ao senhor – alertou o médico – que não permitimos mais do que uma pessoa no quarto, pois o estado dele inspira cuidados!
- Não se preocupa Doutor – respondi confiante – Pra tudo tem um jeito e o que vale é a recuperação do Daniel. Agora, ele é a pessoa mais importante para mim.

Indo em direção ao quarto, comecei a pensar o que falar e lembrei de algumas palavras e histórias que poderiam animá-lo.

Quando adentrei no quarto, vi o Daniel todo envolto a aparelhos, com beep’s tocando e monitores ligados. Ele estava com os olhos abertos, mas não podia falar, pois toda aquela aparelhagem o impedia de falar, mas era exatamente isso que o mantinha vivo.

- E aí Daniel, como vão as coisas? – típica fala de quem não sabe o que fazer. Como ele poderia responder!?

Ele me fitou com os olhos por um segundo e desviou para outra direção. Entendi que não era exatamente bem-vindo naquele lugar.

- Calma Daniel – disse a ele – não vim aqui para “pregar” para você, como você havia me dito na última vez – e continuei a falar – quero somente te contar uma história de um amigo meu. Ele te conhece, mas você não conhece ele.

Nesse momento ele olhou para mim novamente e com um olhar de interrogação, como se dissesse: “como assim, uma história? Ele me conhece e eu não conheço?”. Pelo menos essa foi a minha interpretação.

- Isso mesmo Daniel, queria lhe contar um pouco sobre esse meu amigo – e continuei - Ele é legal pra caramba e está sempre comigo, me ajudando em tudo, seja nos momentos de alegria, como nos momentos de tristeza – continuando eu disse - Um dia desses, conversando com ele, ele me falou a seu respeito.

A expressão do Daniel mudou de interrogação para surpresa.

- Ele me falou sobre as suas dificuldades e de como a sua vida foi difícil e tals e que dia-a-dia você ia se sentindo cada vez mais sozinho.

Daniel passou da surpresa para um misto de curiosidade e susto. Ele parecia realmente assustado.

- Disse também que sempre quis te ajudar, mais que vocês não tinham sido apresentados ainda e que não poderia invadir a sua vida assim, sem que você realmente quisesse a ajuda dele.
- Então – continuei – eu descobri, nesse dia em que conversávamos, que eu te conhecia.

Nesse momento, Daniel olhou para mim com um olhar de “quem disse que te conheço”.

- Tá, beleza! Não é beemmm a gente se conhece, mas confessa que já não sou um rosto totalmente desconhecido, né? – expliquei – De mais a mais, o Doutor disse que somente um pessoa te visitou até hoje.

Daniel, meio forçado e com os olhos, parecia concordar e continuou com a atenção em mim.

- Voltando ao assunto – tentando ser menos formal – eu me dispus e me comprometi com esse amigo a apresentar vocês dois. Ele é tão legal que acho que vocês vão combinar bem.

Nesse momento, Daniel fez uma certa cara de desprezo, pois como na condição em que ele estava poderia conhecer alguém e, ainda por cima, se dar bem com ela. Acho que se a cova dele estive ao lado da cama, ele rolava para dentro, tão triste era a expressão dele. Nesse momento, ele desviou o olhar para o outro lado, como se olhasse para o infinito.

- Ele está aí – disse em tom solene – ansiosíssimo para encontrar com você! Mas antes de chama-lo, deixa eu falar um pouco dele para você.

Daniel, torna a olhar para mim e volta a ter uma expressão de curiosidade.

- Há alguns anos – comecei a contar – passava por muitas dificuldades financeiras e ninguém naquele momento se dispunha a me ajudar e, pra falar a verdade, eu me sentia um incompreendido.

Daniel continuava olhando.

- Voltava eu e minha esposa de um passeio e dissemos um ao outro o quanto queríamos comer um “junk food”! Um sandubão com tudo dentro – sorri nesse momento e a expressão do Daniel ficou mais agradável – Mas não tinha um centavo no bolso e muitas contas para pagar. Naquele momento, pensei que não tinha o direito a comer um sandubão!

Daniel parecia mais curioso ainda, com uma expressão do tipo “o que tem isso haver”.

- Mas encontrei com esse meu amigo – continuei – e conversa vai, conversa vem, falei do meu desejo de comer um sanduba aí ele me convidou a comer um. Aí eu falei pro meu amigo: Tô sem grana, não posso! Ele disse: comigo você não precisa de dinheiro, só tem que confiar em mim, você confia? Eu disse: sim, confio. Resumo: comi eu e minha esposa um dos melhores “junk food’s” da minha vida! Totalmente na faixa.

Daniel = interrogação.

- Calma – continuei – teve um outro dia em que eu, ainda apertado financeiramente, aliás, nunca deixei de estar apertado – tentava passar um ar mais descontraído – tinha uma dívida que precisava pagar de qualquer maneira, pois caso chegasse nos fiadores, isso os prejudicaria enormemente em suas profissões.

Daniel continuava curioso, mas eu tinha a sua total atenção, apesar de não poder dizer nenhuma palavra.

- Eu tentava alguma estratégia para conseguir saldar a dívida, mas tudo que tentava, fracassava. Esse meu amigo, conhecia o pessoal da empresa, conhecia todos, por sinal. Conversando com ele, ele me disse pra ficar despreocupado que ele ia resolver, eu só precisava reafirmar a minha confiança nele. Eu disse: claro que confio, você é um amigão. Ele foi lá e quitou a minha dívida e nem se preocupou com o tamanho dela. Pra falar a verdade era bem grande a dívida.

Daniel ficava cada vez mais interessado nas minhas histórias e parecia despertar cada vez mais o desejo de conhecer esse meu amigo, afinal uma cara “pau pra toda obra” não é fácil de encontrar.

- Essa foi mais legal – afirmei com o Daniel – certa vez eu tive uma dívida minha perdoada. Assim mesmo, sem quê, nem pra quê, a minha dívida foi perdoada. Imagina a minha felicidade – disse, mostrando uma cara bem feliz para o Daniel e ele, por sua vez, tinha, pela primeira vez, uma expressão mais tranquila – claro que comecei a fazer muitos planos com esse dinheiro.

Nesse momento, entrou uma enfermeira no quarto e estranhou a expressão do Daniel, como se ela nunca tivesse o visto daquela maneira.

Depois que ela saiu, continuei:

- Aí pensei, sabe! Vou comprar um computador, vou comprar uma máquina fotográfica, vou comprar isso, vou comprar aquilo. Lembra aquela história “na tristeza e na alegria” – uma pausa estratégica – Pois é, lá estava esse meu amigo. Ele me contou a história de uma outra conhecida em comum e me falou que ela, conversando com ele, tinha reclamado das dificuldades da vida e que precisava de ajuda. Nessa, ele me convenceu a ajudar essa pessoa e com esse dinheiro ajudei ela – olhei pra ele de forma bastante incisiva – pensa num cara bacana!? Esse é o meu amigo, já já você vai conhecer!

Daniel prestava cada vez mais a atenção em mim e nas minhas histórias. Sou capaz de afirmar que naquele momento ele se agradava cada vez mais de tudo aquilo e que a curiosidade dele aumentava, e muito, para conhecer esse nosso “amigo em comum”.

- Lembrei de outra – continuei, aproveitando a atenção cada vez maior de Daniel – quanto tive o meu primeiro filho, não tive dinheiro comprar o colchão do berço, que, aliás, era emprestado. Minha esposa e eu ficamos muito aflitos com isso e não sabíamos o que fazer. As pessoas mais próximas também não podiam ajudar. Aí, no dia em que saíamos do hospital, dou de cara com esse meu amigo, bem na porta e com o colchão do berço na mão. Eu disse: Não acredito que você fez isso por mim! Ele disse: Eu sempre disse pra você confiar em mim, então tá aí, cuide bem dessa criança linda! – um suspiro meu e disse olhando para o Daniel – você consegue imaginar o quanto eu sou grato a ele?

Daniel, com a expressão bem mais tranquila, meio que afirmava com o olhar o que eu acabara de dizer e, mesmo nos momentos em que o silêncio imperava, ele não parava de olhar para mim, como se pedisse para eu falar mais, contar mais. A curiosidade parecia enorme e o ar já não parecia de tristeza, mas sim de desejo em conhecer essa pessoa tão parceira, tão bacana como eu pintava.

Então, depois de alguns poucos segundos de silêncio por minha parte, eu perguntei ao Daniel:

- Quer conhecê-lo?

Daniel apertou os olhos e ficou com eles fechados um pouco mais, como se me desse uma resposta afirmativa, afinal, um cara bacana como esse poderia, de alguma forma, trazer mais ânimo para ele.

- Mas antes, devo alertá-lo que ele não veio sozinho, trouxe uma galera com ele, pra fazer uma festa pra você.

Daniel ficou ainda mais curioso, afinal ninguém havia ido ali até aquele momento para visitá-lo, a não ser aquele estranho-conhecido que conversava com ele.

Com a atenção do Daniel totalmente voltada para mim naquele momento, senti que era a hora de apresenta-lo a esse amigo que tanto falara durante a nossa conversa. Olhei para a porta e disse:

- Pode entrar por favor, ele quer conhece-lo!

Imediatamente Daniel olhou para a porta e o seu semblante mudou radicalmente. O seu rosto ficou completamente irradiado de alegria e emoção. Depois do meu chamado, ele em momento algum olhou para mim. Ele fitava os olhos em várias direções, como se tivesse várias pessoas naquele recinto. Apesar de não entender bem dos instrumentos médicos, percebi, pelo monitor, que os batimentos cardíacos dele aumentara. De repente, ele não conseguiu mais segurar as lágrimas nos olhos. Aquele corpo imóvel, que me fitava somente com os olhos durante toda a nossa conversa, começou a tentar se mover, como se quisesse desesperadamente levantar da cama.

Nesse momento senti que não teria mais a atenção do Daniel, afinal ele acabara de conhecer esse amigo muito especial e eu confiava que ele, meu amigo, a partir daquele momento, cuidaria do Daniel. Antes de “bater em retirada”, cutuquei o Daniel e disse:

- Antes que eu me esqueça, o nome dEle é Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador, meu amigo, meu melhor amigo. Tenho certeza que vocês tem muito o que conversar, abraço e fique com Deus! Fique com Ele.

Daniel olhou para mim, pela última vez, e me mostrou um olhar de alegria e de agradecimento.

Nesse momento fui embora e a última notícia que tive foi que ele havia se recuperado de forma surpreendente e tinha muita alegria no seu olhar e, quando voltou a falar, também em suas palavras. Dizem que ele sempre fala daquele dia, que conheceu uns caras grandes, parece que um se chamava Miguel, um outro se chamava Gabriel e mais alguns outros e que todos olhavam admirados para um tal Jesus que visitara ele naquele dia. Fizeram muita festa, dizem!


Confesso que não vi absolutamente nada entrando pela porta naquele dia. Mas senti uma presença poderosa, que trazia paz àquele ambiente, esperança, alegria. Claro que acredito que o meu amigo entrou por aquela porta, afinal, CONFIO NELE INCONDICIONALMENTE!

Existem outros posts que podem edificá-lo e edificar outras pessoas, leia:
Se eu te disser que sou negro!?Somente o Necessário!
Adolescência [quase] perdida! Partes 1 e 2
Enchei-vos do Espírito!
A Aparência do Mal!
Será que você não percebe!?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Se eu te disser que sou negro!?


Para dizermos algo, temos que estar carregados das características daquilo que afirmamos. Em qualquer hipótese você tem que ter essa “munição” ou “aparência”, seja argumentativa ou característica.

Existem algumas características do povo negro que temos que destacar:

A primeira delas é que esse povo foi escravizado durante muitos e muitos anos e sofreram como nunca, e na pele, as dores de uma sociedade doente e que se achava superior aos outros. Esse povo, que se achava melhor que os demais, sem perceberem que somos todos iguais, os maltratavam e maltratam, por estarem cheios de si mesmos.

Outra característica é que eles foram escravizados em terra que não era a deles. Foram retirados de seus lares para trabalharem de forma desumana em local desconhecido e sob ordens de pessoas que não tinham a menor compaixão ou vínculo, só queriam sugar toda energia daquele povo para que os seus “palácios” fossem mantidos com todo o “luxo” e sem o menor esforço.

Outro ponto é que para esse povo, na época da escravidão, pelo menos aqui no Brasil, era possível comprar a sua liberdade. Mas era extremamente difícil e era algo para uma vida inteira. Isso se não morressem antes de tanto trabalhar para os seus senhores. Mais quando compravam a sua liberdade, ficavam na berlinda da sociedade, pois não eram aceitos nem mesmo como cidadãos e tinham, apesar da “alforria”, uma marca de eternos escravos (que às vezes permanecem até hoje, infelizmente!).

Mas o mais importante é que para afirmar que sou negro tenho que ter uma marca indelével. Algo que não precisa de ser proclamado, conclamado. As pessoas olham e veem essa marca e já afirmam a sua raça sem precisar de explicações ou sugestões.

Isso mesmo leitor, é a cor da pele!

Essa foto aí embaixo é minha e o que você vê?


Posso fazer o que for que não há meios de afirmar que sou negro, pois falta o requisito principal para eu poder fazer tal afirmação. Eu não tenho a pele negra! Se não tenho a pele negra não há meios de eu ser identificado como tal, concorda?

Se sou negro, as pessoas assim me identificam, sem precisar de mais nada para isso. Se não sou, não sou; e não há meios de ser diferente.

Coloquemos a palavra de Deus nessa história:

Se afirmo que sou de Cristo, tenho obrigatoriamente que carregar certas características que me diferem daqueles que não proclamam a mesma fé, essas características também são indeléveis.

A primeira delas diz respeito exatamente à escravidão. Vejamos o que se passou com o povo de Deus. Os hebreus entraram na terra do Egito “pela porta da frente”, pois o filho querido de Jacó (Israel) havia se tornado Governador do Egito e só estava abaixo do Faraó (Gênesis 41:39,40). Todo aquele povo foi recebido ali justamente por causa da relação que tinham com José, que pelo nome do Senhor havia feito grandes coisas naquela terra. Depois da morte de José (Gênesis 50:22-26) ascendeu ao trono do Egito um novo Faraó que nada sabia a respeito dele e temeu o numeroso povo hebreu que ali estava, resolvendo escravizá-los e obrigando-os a trabalhos forçados (Êxodo 1:8-14).

E hoje, o que nos escraviza? Hoje o homem é escravo do pecado (Romanos 6: 6, 16, 17, 20; 2 Pedro 2:19). No entanto, muitos de nós, mesmo aqueles que confessaram a Cristo, parecem que optam por permanecerem no pecado não usufruindo da liberdade que temos em Cristo (Salmos 119:45; Lucas 4:18; Romanos 8:21). Gálatas 5:1 – NVI diz que “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” Em seguida, a palavra de Deus alerta-nos para não utilizarmos a nossa liberdade para darmos ocasião à carne (v. 13). De igual modo Pedro também faz esse alerta, dizendo que devemos viver “...como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus.” (1 Pedro 2:16)

Meu irmão, seja verdadeiramente livre em Cristo!

Outro fato interessante é quanto ao local onde estamos hoje. Quando a palavra trata sobre os exemplos de fé (Hebreus 11), temos a história de Abraão. Vamos ler os versículos 11 ao 16 – NVI:
Pela fé Abraão — e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa.
Ou Pela fé, Sara também, que era de idade avançada, pôde ter filhos,
Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar.
Todos estes viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria.
Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, e lhes preparou uma cidade.

Percebem? O Senhor nos prepara uma outra pátria. Uma pátria livre do pecado que nos prende, do pecado que nos escraviza. Você quer ter com Ele? Ser livre? Então entregue a sua vida a Ele! Mesmo você que já o conhece, entregue TUDO, para que não voltemos a nos escravizar novamente.

Se algo te impressionou até agora, aqui vai o melhor! O preço da sua liberdade! Nos tempos dos negros escravos, eles podiam comprar a sua liberdade, o preço era alto e, às vezes, custava uma vida inteira de trabalho. Mas você não precisa de uma vida inteira trabalhando para comprar a sua liberdade! O preço da sua liberdade já foi pago e por um alto preço (inestimável!).

O preço é o sangue do filho unigênito do Pai Celestial (João 3:16; 1 Corintios 6:20, 7:23). Meu irmão, você não precisa gastar a sua vida inteira “trabalhando” pela sua liberdade. Não gaste-a com isso. A sua carta de alforria já está pronta e foi escrita e assinada a pelo menos 2.000 anos atrás.

Aí você me pergunta: Como consigo “cópia” da minha carta? É só confessar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida (Romanos 10:9) e você será salvo de sua escravidão, será liberto do que te prende, do que te domina. E a carta será impressa em seu coração, você simplesmente saberá que É LIVRE EM CRISTO (Jeremias 31:33; Isaias 30:21)!

Quando o Senhor colocar a lei dEle em seu coração, você será verdadeiramente livre e saberá, pelo Espírito Santo, o caminho que deve seguir.

Mais aqui cabe um alerta. Os negros escravizados, quando compravam a sua liberdade, ficavam à margem da sociedade. Não raro, permaneciam trabalhando para os seus senhores, pois não tinham para onde ir. Hoje, quando eu e você aceitamos a Cristo como nosso Senhor e salvador, sempre corremos esse mesmo risco. É que não sabemos lidar, pelo menos em um primeiro momento, com a liberdade que temos em Cristo. Não raro, assim como os escravos, voltamos a nos permitir escravizar pelo pecado. Às vezes essas atitude é para nos sentirmos aceitos pelo sociedade e para voltarmos às velhas práticas escravagistas, pois “é o que sabemos fazer”. Leiam de novo Gálatas 5:1 e 1 Pedro 2:16.

No entanto, o mais importante de tudo isso é a marca indelével de que você é de Cristo. O negro é negro porque a cor da pele dele é negra. Não há meios, ao menos conhecidos por mim, de uma pessoa de cor de pele clara se tornar negra (apesar de já termos visto o contrário e muitos termos repudiado isso). À exceção de alguma doença que ataque a pigmentação da pele, a pessoa não precisa afirmar que é negra, pois já é possível afirmar isso sem que a pessoa se autoproclame negro.

Tem que funcionar assim também para os Cristãos! Temos que carregar marcas em que as pessoas nos identifiquem como cristãos, sem nos autoproclamarmos como tais. Sei que não devemos negar a Cristo e o ponto não é esse. O ponto é nós dizermos que somos e as nossas “marcas” não condizerem com isso. A Palavra de Deus nos traz muitos desses exemplos, mas destacarei primeiramente o que está em Gálatas 5: 22, 23-NVI:
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.

Essas são marcas que se você as proclama, podem fazer com que tenha de si mesmo um conceito não muito equilibrado, o que a Palavra nos exorta a controlarmos (Romanos 12:3), sob pena de extrapolarmos o limite da humildade. Não deve existir esforço humano para exalarmos tais marcas; ou você as têm ou não as têm, mas o Espírito do Senhor sempre estará lá para imprimi-las em você, basta permitir.

Outro ponto importante, penso eu, é com relação às perseguições. Todo aquele que se declara cristão genuíno, sofrerá as mais diversas perseguições. Essa também é uma marca importante. Jesus Cristo disse que “bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus.” (Mateus 5:10-NVI) Existe uma ligação clara entre o Reino dos Céus e as perseguições. Jesus também disse que seríamos odiados por causa do nome dEle (Mateus 24:9).

Tais exortações se repetem diversas vezes na Palavra de Deus. Paulo dizia em 2 Timóteo 3:12 - NVI: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” É quase uma simbiose! Sem um o outro não existe ou não vive de forma satisfatória.

Paulo afirmava que trazia em seu corpo as marcas de Jesus (Gálatas 6:17). Essas marcas não são marcas físicas, embora tais também existissem, mas marcas de um viver para Cristo! Ele sofreu perseguições, foi espancado, passou fome e nem por isso deixou de ser amável, paciente, persistente e todas as outras marcas que Cristo nos deixou.

Ele, Paulo, ainda afirmava que apesar de não ser dos apóstolos de Jesus, trazia consigo as marcas de um: sinais, maravilhas e milagres, conseguidos com grande perseverança (2 Coríntios 12:12).

Queridos irmãos e irmãs, a religião não é capaz de produzir tais marcas. São meras regras humanas adaptáveis às situações cotidianas. Apesar de existir tantas religiões ou sub-religiões que se autodenominam cristãs, o que mais vemos e sentimos é que muitos dos nossos irmãos carecem de carregar essas marcas. Seja porque não foram levados a elas, seja porque não as querem carregar, por julgá-las pesadas demais, ou, até mesmo, por não acreditarem nelas, afinal “o mundo evoluiu”. Afirmar simplesmente que é Cristão não é suficiente para essa identificação. Você precisa ter essas marcas indeléveis de que o é.

Não basta para mim dizer que sou negro, preciso ter a marca identificadora, qual seja: TER A PELE NEGRA! Mas para ser cristão a marca que carregamos é Cristo e para essa, basta nascer de novo e viver para Ele.

SIMPLES ASSIM!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Será que você não percebe!?



Quanto mais acompanho os noticiários, mais tenho certeza que o nosso mundo caminha para o fim. Não existe nada mais triste do que a atual condição humana. Estamos cheios de orgulhos infundados e somos egocêntricos ao extremo. Tudo é o que “eu penso” e você que se exploda.

A palavra de Deus é muito clara quanto aos sinais relacionados ao fim dos tempos. Marcos, capítulo 13-NVI:

Quando ele estava saindo do templo, um de seus discípulos lhe disse: “Olha, Mestre! Que pedras enormes! Que construções magníficas!”
“Você está vendo todas estas grandes construções?”, perguntou Jesus. “Aqui não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas.”
Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, de frente para o templo, Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:
“Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal de que tudo isso está prestes a cumprir-se?”
Jesus lhes disse: Cuidado, que ninguém os engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: “Sou eu!” e enganarão a muitos. Quando ouvirem falar de guerras e rumores de guerras, não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Essas coisas são o início das dores.
Fiquem atentos, pois vocês serão entregues aos tribunais e serão açoitados nas sinagogas. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e reis, como testemunho a eles. E é necessário que antes o evangelho seja pregado a todas as nações.
Sempre que forem presos e levados a julgamento, não fiquem preocupados com o que vão dizer. Digam tão-somente o que lhes for dado naquela hora, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito Santo.
O irmão trairá seu próprio irmão, entregando-o à morte, e o mesmo fará o pai a seu filho. Filhos se rebelarão contra seus pais e os matarão. Todos odiarão vocês por minha causa; mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
Quando vocês virem “o sacrilégio terrível” no lugar onde não deve estar — quem lê, entenda — então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes. Quem estiver no telhado de sua casa não desça nem entre em casa para tirar dela coisa alguma. Quem estiver no campo não volte para pegar seu manto.
Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e para as que estiverem amamentando! Orem para que essas coisas não aconteçam no inverno. Porque aqueles serão dias de tribulação como nunca houve desde que Deus criou o mundo até agora, nem jamais haverá.
Se o Senhor não tivesse abreviado tais dias, ninguém sobreviveria. Mas, por causa dos eleitos por ele escolhidos, ele os abreviou. Se, então, alguém lhes disser: “Vejam, aqui está o Cristo!” ou: “Vejam, ali está ele!”, não acreditem.
Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão sinais e maravilhas para, se possível, enganar os eleitos. Por isso, fiquem atentos: avisei-os de tudo antecipadamente. Mas naqueles dias, após aquela tribulação, “o sol escurecerá e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados”.
Então se verá o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. E ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, dos confins da terra até os confins do céu. Aprendam a lição da figueira: Quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem estas coisas acontecendo, saibam que ele está próximo, às portas.
Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai.
Fiquem atentos! Vigiem! Vocês não sabem quando virá esse tempo.
É como um homem que sai de viagem. Ele deixa sua casa, encarrega de tarefas cada um dos seus servos e ordena ao porteiro que vigie.
Portanto, vigiem, porque vocês não sabem quando o dono da casa voltará: se à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo ou ao amanhecer. Se ele vier de repente, que não os encontre dormindo!
O que lhes digo, digo a todos: Vigiem!
Aí eu leio no noticiário de hoje: “Meninas dão 19 facadas em amigo por 'monstro' da internet”. Aí eu vejo terremotos, aí eu vejo programas relacionados aos adolescentes que se vangloriam de ninguém mandar neles; vejo em sites de compartilhamento de vídeos um homem ser atropelado diversas vezes, propositadamente; e por aí vai...

Não é difícil escutar que “violência existe desde os primórdios da humanidade”; ou “terremotos sempre existiram”; ou “sair atirando ou esfaqueando os outros é coisa de ‘americano’”.

Existem alguns componentes interessantes nisso tudo:

A despeito da violência existir desde sempre, hoje existe um mecanismo que potencializa tudo: INTERNET. O que aconteceu agora pouco, você fica sabendo quase que instantaneamente, parece que aconteceu do seu lado. Do mesmo modo com relação aos fenômenos naturais...

Outra situação, talvez pior que a primeira, é pensar: “mas isso aconteceu lá, não acontece aqui”... Lembra do egocentrismo e do egoísmo? Quando pensamos assim, simplesmente ignoramos os nossos iguais e pensamos somente em nós mesmos, esquecendo que as dores sentidas por eles são potencialmente iguais ao que sentiríamos se fosse conosco...

Como podemos encarar com naturalidade o fato de crianças matarem outras e não relacionar isso com o fim do mundo? Das pessoas não se preocuparem uma com as outras, pensando somente em si mesmas?

Se traçarmos um gráfico com relação às mazelas humanas, tenho certeza que perceberemos uma linha ascendente, que nunca, ou quase nunca, teve uma linha descendente. Os políticos os fazem acreditar no contrário, claro!


Tudo o que é contrário à Palavra de Deus cresce de forma assustadora!

Aí, espertos como somos (será?), ao invés de trabalharmos uns pelos outros, tentando uma linha descendente na condição humana, simplesmente nos acostumamos com aquilo, com o que é ruim. Não satisfeitos, julgamos aqueles que não se acomodam, acabando por chamá-los de “fanáticos”, “retrógrados”, “loucos”, e, muitas vezes, “aqueles crentinhos”.

Vi, também na internet, um acampamento de crianças inconformadas com gênero (masculino, feminino).

Isso é bom? É legal? Será que nossas crianças realmente têm noção do que é isso? E tão cedo? Se para um adulto é difícil, imagine para elas.

“Lá vêm o crentinho!”

Não caiam na onda das curtidas! Menos de dez é ruim! Mais de dez é bom! Passou de cem; tô famoso! Vejo muito crente postando fotos na internet só para ver quantos irmãos vão curtir! De errado, de fato, não tem nada! Mas em quê isso edifica? (1 Coríntios 10:23)

O próprio Senhor não trouxe a paz e sim a espada (Mateus 10:34). Você meu irmão tem que tocar na ferida do mundo, sem ao menos encostar nela, só pela sua presença. Se o mundo te aceita, algo tem que ser revisto! “Vigie”

Não se acostume com o mal do mundo, ele acontecerá de qualquer maneira, mas você tem que estar à parte disso tudo, vivendo em intimidade com Cristo e comunhão com os irmãos.

Deixe de ser egoísta e egocêntrico e, caso não identifique nada disso em você, peça ao Senhor para revelar e tirar, porque todos somos. Mas não se esqueça de pedir e permitir o trabalhar dEle. Porque somos nós que decidimos o que o Senhor fará por nós, pois Ele não invade a sua vontade, somente quer que aceitemos a dEle.

Não seja contra os ímpios e pecadores! Ore para que os seus pecados (isso mesmo, os seus) não os influenciem e que a verdade da palavra lhes seja revelada, para que aí eles abandonem o velho “eu” e sejam apresentados à nova criatura que serão, em CRISTO!

Existem outros posts que podem edificá-lo e edificar outras pessoas, leia:
Adolescência [quase] perdida! Partes 1 e 2Deus e o Filtro de Água
O Final é o que Importa!
Enchei-vos do Espírito!
A Aparência do Mal!
Conhecendo o Pai

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O Exemplo do Futebol


Com os novos estádios de futebol no Brasil, sobretudo por causa da Copa do Mundo que vem aí, tenho observado que tem aumentado o número de crianças nos estádios. Às vezes, naquelas tomadas de imagens, surgem várias crianças junto com os seus pais beijando ou mostrando o orgulho de vestir aquela camisa.

Não existe outro motivo para que isso ocorra senão aquela tradição que passa de pai para filho. O normal é o pai que torce pro time “C” ter o seu filho torcendo pelo time “C”.

E posso afirmar, com certeza, que a maioria dos pais, ou pelo menos aqueles que gostam mesmo de futebol e de torcer pelo seu time, fazem de um tudo para passar essa tradição. Não raro, ensinam até mesmo o filho a odiar o time rival. Não quero levar o post para esse lado, mas às vezes é por isso que temos tanta violência entre torcidas.

Agora pensem na seguinte situação: Imagine esse mesmo pai, do exemplo acima, que torce pelo time “C”, tentando convencer o seu filho de que o time “A” é melhor do que o time “C”.

Acho isso impossível! E sabe por quê? Porque ele não acredita nisso. A paixão (desculpe a expressão utilizada) move as pessoas a isso. Elas brigam por isso, lutam por isso. Quando um torcedor gosta de um time, ele convence a si mesmo de que o seu time é melhor do que todos os outros, independente de números, independente do que aconteceu ontem! Ele simplesmente crê que o time dele é melhor do que outro e defende isso até o fim.

O torcedor veste a camisa de seu time e luta para que o seu filho tenha a mesma paixão. Ele quer que o filho também vista a camisa “do melhor time”. Ele acredita nisso.

Talvez, se ele acreditasse realmente que o outro time é melhor, ele tentaria convencer o filho disso e tentaria passar outra tradição, mas não é o que acontece.  

Já escrevi algumas linhas aqui com relação a nossa juventude (Adolescência [quase] perdida!) e uma coisa chamou a minha atenção quando comecei a escrever aquele texto.

Olha o que está escrito lá em Deuteronômio 6:6-NVI:
 “Que todas essas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.”

Vocês podem ler também Salmos 78:2-7, Deuteronômio 4:9,10.

Isso, meus irmãos, é uma ordenança. Ensinar aos nossos filhos os caminhos do Senhor é uma “obrigação legal”. Não só isso, temos que crer que é o melhor caminho.

Vejam bem: Uma pessoa que acredita realmente que o time para o qual torce é melhor, ela não tem dificuldades de se alimentar daquilo e, com isso, acrescentar em sua mente argumentos, números, fatos, títulos, tudo para poder discutir com outras pessoas e convencê-las de que o “amor” ou “paixão” que ele sente é real, verdadeira. Que corre nas veias dele uma sangue amarelo, verde, azul, preto, sei lá, qualquer cor, desde que seja as do time.

Aí eu me pergunto e transfiro essa mesma para vocês. Temos amado o suficiente o Senhor? Você já defendeu as cores do Senhor com tanto afinco quanto as do seu time? Você veste mesmo a camisa?

Meus irmãos, quando acreditamos realmente em algo, cremos que aquilo é real, não temos dificuldade em conversar, defender, tentar convencer qualquer um a respeito disso. E quando essa crença é aliada ao amor!? Você já sabe o resultado!

A palavra nos instruiu a conhecer o Senhor. Veja o que está escrito em Oséias 6:3-RA: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.”

Não há meios de defendermos algo se não conhecermos. E se conhecermos, amaremos. Amaremos porque Ele é amor (1 João 4:8). Me permitam uma interpretação desse texto. Quando a palavra diz “e Ele descerá sobre nós como a chuva”, eu leio como uma chuva de bênçãos, de amor, de delícias celestiais.

Se experimentarmos isso, vestiremos a camisa com orgulho, ensinaremos os nossos filhos a “torcer por Ele”, encheremos “estádios” (igrejas) para cantar, proclamar palavras de ordem contra o nosso adversário (o Diabo – 1 Pedro 5:8). Em qualquer lugar que estivermos, falaremos dEle. E se alguém te chamar de fanático você vai dizer: - Não é fanatismo é amor e a boca fala do que o coração está cheio (Mateus 12:34)!

Meus irmãos, se você acredita no Senhor e O ama, dedique-se a ensinar ao seu filho a também amá-Lo. Passe essa tradição! Faça ele “ter amor à camisa”.

Afinal todos somos Jesus Cristo Futebol Clube!